quarta-feira, 11 de abril de 2012

O cacau já foi até moeda de troca na época dos primeiros colonizadores da. Esse fruto que nasce nos trópicos, próximo à linha do equador, conquistou o mundo por causa de um subproduto bastante apreciado por pessoas no mundo inteiro. O chocolate. Não há que não resista ao seu sabor, desde o chocolate caseiro batido com leite que acompanha o café da manhã até as maravilhosas barras de chocolate suíço, consideradas as melhores do mundo.
Estudos registram que a planta que dá o cacau como fruto tem origem em terras da Bacia do Amazonas, onde cresciam variações selvagens dessa espécie, há cerca de 4000 anos. A civilização Olmeca, que viveu na região do Golfo do México, foi a primeira a se utilizar do fruto do cacaueiro, por volta de 1500 a.C. Outros povos que foram surgindo também faziam uso do cacau, como é o caso de Toltecas, Aztecas e Maias, os primeiros a se dedicarem ao cultivo organizado de pés de cacau, por volta do século VII, na Península de Yucatán. O fruto era considerado um alimento dos deuses, pois era da predileção de reis e imperadores e também de sacerdotes, que utilizavam uma bebida feita de cacau em rituais religiosos. O alto valor dessas sementes logo a transformou em moeda de troca.
O "xocolatl" consumido pelos aztecas durante o reinado de Montezuma, seu último imperador, em nada se parecia com o que conhecemos hoje. Eles preparavam uma bebida fria, onde as sementes eram batidas com água e especiarias (noz moscada, pimentas, canela, entre outras) até atingir a consistência de mel, sendo tomada às colheradas. Era uma bebida bem estimulante e adotada como revigorante pelos guerreiros. A manteiga extraída das sementes de cacau era utilizada como um ungüento, uma pomada analgésica.
O primeiro a levar as sementes de cacau para a Europa foi Cristóvão Colombo em 1502, mas estas passaram desperce bidas na Corte do Rei Fernando II. Somente em 1519, Hernando Cortez descobriu as possibilidades de valor dessa semente durante suas expedições de conquista do México. Os europeus, que destruíram as antigas civilizações que habitavam a região em busca de ouro, não apreciaram muito a bebida, mas sabiam do valor das sementes. Em nome da Coroa Espanhola, Cortez mandou iniciar plantações de pés de cacau desde o México até Trinidad e Tobago. De volta à Espanha em 1528, Hernando Cortez levou consigo as sementes, a receita e as ferramentas necessárias para o preparo da bebida de cacau. Os espanhóis começaram a preparar uma bebida quente e adicionada de açúcar, mais ao gosto europeu.
Durante anos a receita foi mantida em segredo, privilégio da Espanha, mas acabou por ser levada à outros países, tendo chegado à França pela princesa Maria Teresa, que se casara com o rei Luís XV, o Rei-Sol. Logo depois o chocolate chega a Inglaterra, ganhando força na corte de Carlos II. Foram os ingleses que passaram a preparar o chocolate com leite quente no lugar da água. Em 1657 foi aberta por um francês em Londres a primeira loja especializada em chocolate. Com o aumento da produção de cacau nas Américas o custo das sementes barateou e tornou o produto mais acessível. Já no século XVIII o chocolate era um alimento popular, conhecido por seu valor nutritivo e suas propriedades energéticas, além de ser muito gostoso. Nesta mesma época, foi fundada a primeira fábrica na América do Norte.
Devemos o sabor do chocolate tal qual conhecemos hoje graças ao empenho do químico holandês Conrad Van Houten, que conseguiu separar a manteiga de cacau da amêndoa, reduzindo o amargo. E após 8 anos de tentativas frustradas de adição de leite, o doceiro suíço Daniel Peter, em 1876, procurou Henry Nestlé, um fabricante de leite evaporado, para que o ajudasse. Juntos, os dois chegaram à solução de misturar leite condensado ao chocolate, criando o chocolate ao leite. Três anos depois, Rodolphe Lindt desenvolveu uma receita em que era adicionada a manteiga de cacau (já separada da amêndoa) ao chocolate, e foi com ela que se chegou às barras e bombons que derretem na boca, exatamente como o degustamos hoje.

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